Venho hoje falar-vos de uma paixão minha. Além de estudar engenharia civil também sou músico, mais concretamente flautista. Já é uma paixão que dura há 9 anos, e que começou quando tinha 12... Nestes últimos anos já toquei três flautas de marcas diferentes, sendo estas
Yamaha,
Buffet Crampon e
Júpiter. Hoje tenho uma
Muramatsu, modelo EX-III (Semi-profissional) com cabeça totalmente em prata. Considero esta flauta acessível em termos económicos e claro... com a qualidade reconhecida da marca Muramatsu. O seu timbre (qualidade sonora) e afinação superam todas as outras que toquei (cujos modelos não me recordo). Pessoalmente recomendo, para iniciantes, flautas Yamaha Série 200 (Modelo Standard), e Armstrong Série 303 (muito acessíveis). Para flautistas mais avançados o leque de opções é muito vasto, sendo que as flautas da Série GX (Muramatsu) assim como todos os modelos de flautas da marca
Miyazawa excedem as espectativas de qualquer um.
Muramatsu EX-III
História
A flauta transversal, existiu na China por volta de 900 a.C., mas só em 1500 d.C. chegou à Europa. Nos anos que se seguiram a familia das flautas ganhando destaque na música de câmara.
No final do século XVII foi redesenhada pela familia Hotteterre e em vez de ser feita como uma única peça foi contruída com três peças, ou juntas e uma chave. Era esta a flauta utilizada nas orquestras no final do século XVIII.
Gradualmente foi sofrendo alteraçôes até que em 1847 o construtor de flautas alemão Theobald Boehm a aperfeiçoou, apresentando o modelo tão popular nos nossos dias.
A flauta cilindrica de Boehm é feita de metal ou madeira, com treze ou mais furos controlados por um sistema de chaves, que se extendem por três oitavas.
A FLAUTA BOEHM
Características:
-Os orifícios são tão largos quanto possível.
-Os orifícios são praticados nos locais acusticamente correctos, independentemente de ser ou não possível a mão humana atingi-los.
-Há um complexo sistema de chaves para tapar todos os orifícios através do qual a acção de um só dedo pode fazer com que sejam tapados vários orifícios.
-Uns orifícios são controlados por chaves em forma de anel (directamente tapadas pelo dedo), outros são completamente vedados por uma sapatilha, mas quando o executante não actua sobre elas todas as chaves estão abertas (excepto a de Sol #, a de Ré # e as auxiliares mais próximas da cabeça).
-O tubo é em metal (embora mais tarde se volte por vezes a usar a madeira), o que aumenta a sonoridade e a torna mais “clara”.
A nova flauta foi apresentada à Academia das Ciências em 1837, tendo obtido um relatório muito favorável e sendo adoptada logo a partir de 1838 por J.-B. Coche, professor no Conservatório de Paris.
Os primeiros modelos de Boehm são ainda ligeiramente cónicos, mas em 1847 ele apresentou o seu modelo de perfil cilíndrico, dando à cabeça uma forma de curva parabólica muito suave.
O êxito desta flauta foi enorme, tendo suplantado todos os outros sistemas. Foi também adoptado ou inspirou alterações na mecânica das outras madeiras.
Hoje, em qualquer parte do mundo, a flauta que se usa é a flauta Boehm, quer seja feita de madeira quer de metal.